terça-feira, 27 de setembro de 2011

Grandioso Amor, Belicosa Insanidade



Fecho seus olhos com ternura
Cubro seu corpo com respeito e devoção
Despeço-me com o amor mais puro
...
São três horas da manhã e eu acordo preocupado com você
Demoro para me lembrar que sua dor já passou
São seis horas da manhã e chamo seu nome
Seis horas e um minuto e me lembro que você não vem
...
São duas horas da manhã e eu acordo ouvindo você me chamar
Eu respondo, mesmo você não estando mais aqui:
“Estou aqui! Não tenha medo, não está sozinha!”
Não a vejo
“Estou aqui!”
...
São cinco horas da manhã e ouço seu gemido
Olho através da vidraça e procuro seus olhos
Saio a sua procura
Preciso ver que você não está lá
Apenas um ser alado da noite corta o ar que respiro...
...
Sinto a grama em que você deitava
Sinto o chão no qual você pisava
Sinto seu perfume em seu colar
O passado se torna presente
O frio da madrugada se converte em aconchego

Seu hálito quente
Em minha face

Seu olhar prepotente
Característico de quem se sabe capaz

Seu olhar bravio
Desafia a tudo

Seu olhar lânguido
Segue meus passos

Seu olhar amedrontado
Frente ao desconhecido certo
Solicita minha presença

Seu olhar vazio
Busca o último afago

Seu gosto
Seu choro
Suas manias
A falta que você me faz
...
Grandioso
Amor
Belicosa
Insanidade

Compreendo ser o desapego a morte da insônia
A beleza de sua alma não me abandonou
Aceitação
Sono

A paz que você me traz...

BC