sábado, 4 de setembro de 2010

TATUAGENS E OUTRAS MARCAS QUE FICAM

Uma criança que nunca ralou o joelho é uma criança que não tem liberdade para correr.
Para uma alma livre de formas pré-moldadas, marcas são inevitáveis. Como será essa marca, o livre arbítrio nos permite escolher. Antes de nos marcar, a vida nos pergunta: “Você quer uma cicatriz ou uma tatuagem?”.

Cicatrizes são estigmas deixados por feridas que muitas vezes voltam a se abrir. Quando finalmente se fecham, fica o eterno incômodo e a sensação de que aquela mancha, geralmente no peito, não precisava existir.

Uma tatuagem é um registro de um ritual de passagem. Muitas vezes doi quando está sendo desenhada, ainda mais dependendo do tamanho do desenho e o local a ser tatuado. Mas, no fim, olhamos para a bela tatuagem sempre com a satisfação de nos lembrarmos da passagem em nossas vidas que aquela figura representa.

Apesar de estranho, é comum as pessoas se apegarem a cicatrizes. Acreditam não terem chance de escolha, afinal, a maioria não queria mesmo nenhum tipo de vestígio de experiência... Queriam uma alma limpa, imaculada, por saberem que um homem que consegue uma marca não é o mesmo homem que era antes de ser marcado.
A verdade é que há escolha. Quando a vida lhe fizer a pergunta (não se preocupe, ela fará. E quando você menos esperar, perguntará de novo), responda sem pestanejar: “Eu quero uma tatuagem!”.

Nessa altura da jornada, minha alma está repleta de marcas. São desenhos lindos dos quais me orgulho. Lembro com carinho, mas não com saudade do tempo em que não havia vestígios de sinais.

Há pouco tempo consegui mais uma tatuagem.
Minha alma ficou mais bonita.
O mundo ficou mais bonito.

BC

Um comentário:

  1. Desculpa, mas não pude deixar de lembrar da tatoo do Ted Mosby de borboleta. rsrs +.+
    Tirando isso, bom texto, com idéias claras sem perder o essencial de nonsense.

    p.S.: 'cê deixou a gente curioso sobre a sua mais recente tatuagem.

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