No
princípio era o Verbo e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Tudo
foi feito por ele e sem ele nada foi feito. Nele havia a vida e a vida era a
luz dos homens. A luz resplandece nas trevas e as trevas não a
compreenderam. (João, Capítulo I – Novo Testamento)
A caneta está bem ali. Ela
fica assim, deitada, olhando para mim. Testando-me.
Pensamentos vêm à mente
e então vou para onde ela está. Os pensamentos se esvaem e ela sorri. Essa
danada sabe como me provocar.
Estou cansado, não
quero nada com ela hoje e finjo que não a vejo.
Mais ideias surgem. Vou
atrás dela, mas ela não está mais lá. Não acredito que teve a ousadia de se
esconder de mim. Novamente com esses joguinhos. Olho atrás de um livro e a
encontro. Pego-a pela tampa e a jogo na mesa, como uma qualquer.
Engraçadinha! Sabemos
como isso irá terminar! Tentei ficar irritado com a brincadeira, mas ela é tão
bonita. Que coisa mais linda!
Eu a pego com carinho.
A posiciono sobre os dedos indicador e médio e pressiono suavemente com o
polegar. Ela se deixa levar e se
entrega. Começo a escrever vagarosamente as frases que já estão em minha mente.
Aos poucos, o mundo ao redor começa a se apagar. Olho para ela, admirado, e
vejo que naquele momento ela está longe de tudo também. Nada mais importa, além
da nossa escrita.
Tiro a caneta das mãos
por um momento e a repouso sobre a mesa. Ela está brilhando. Pego mais uma
folha de papel e devolvo minha atenção a ela.
Eu a seguro com força.
A respiração fica mais profunda. Os dentes, cerrados. As ideias vão surgindo a
cada batida do coração. Aos poucos minha mente fica cada vez mais em branco,
enquanto o papel se preenche. As palavras saem das vísceras e vão para as
pontas dos dedos e de lá para a caneta. Ela não hesita em demonstrar que está
gostando. Movimenta-se com agilidade e a tinta flui mais do que naturalmente.
Palavras são entalhadas,
uma a uma, e em mim não resta mais coisa alguma, além de um ponto final.
Dou um beijo nela e calmamente recoloco sua tampa.
Sento-me ao lado e acendo um cigarro, satisfeito.
Ela se deita, aparentemente morta de cansaço, e
depois olha docemente para mim.
Ao nosso lado, repousa magistralmente o registro de
nossa relação tão intensa e necessária.
Amor e paixão pelo poder da palavra.
Maoli
Maoli,
ResponderExcluirfui bem além da caneta... rs Gostei de sua apresentação! Será que é só por isso que escreves? Gr. ABrç!
"fui bem além da caneta" hehe
ExcluirCris! Acho que não é só por isso... mas o prazer em escrever é um dos principais motivos!
Obrigado pela visita! Abraço!
Adorei seu blogger,a pessoa viaja ficando pensando mil coisas
ResponderExcluire obrigada pela visita e pelo comentario no meu blogger SONHOS DE UMA GAROTA
estou com postagem nova http://contosdagarotameroko.blogspot.com
ResponderExcluirhahaha, show demais.
ResponderExcluirChato é quando ela fica de joguinhos por muito tempo e nçao rola nada :!