sábado, 29 de junho de 2013

O Forte




Era uma vez, bem lá no interior
Nasceu um menino
Disse a parteira:
“Pra pegar na enxada é muito franzino
Sinto muito, seu Sinhô”
Disse o pai: “Fio meu num vai pra lida. Esse aí vai ser dotô”

O menino foi crescendo
Tomou tiro e jogou bola
Trocou gibis na porta do cinema
Traçou sua vida na escola
Como um dos heróis de faroeste e capa e espada, imaginava a sua história      
“É assim que eu quero ser! Quando eu crescer, vou ter minha vitória!”

Ainda rapazinho, sua própria vida se tornou sua lavoura
Quando a fantasia de menino foi abandonada
Enfrentou secas e ventos terríveis
O livro era a sua enxada
Pra resistir às intempéries, como os bravos personagens de sua infância, construiu um forte
E lá, protegido, continuou a semeada, em busca de seu norte

E foi nesse forte que eu nasci
E foi com os valores desse herói que eu fui criado
Com amor e gratidão eu digo
"Meu pai, muito obrigado!"

Sua missão no seu forte foi cumprida
Sua lida, satisfeita
Pode baixar a guarda, descansar
Ficar por conta da colheita



Becê

2 comentários:

  1. Ter uma referência assim na vida é um tesouro que com certeza se multiplicará por gerações futuras.
    Beijos
    Joelma

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Com certeza se multiplicará!
      Muito obrigado pela visita, Joelma!

      Excluir