terça-feira, 6 de março de 2012

TEM UMA GALINHA EM MEU QUINTAL

Hoje eu acordei com o cacarejar de uma galinha. Abri a janela para o ritual matinal de desejar bom dia ao dia e lá estava ela. Uma galinha em meu quintal. Olhei para ela e ela olhou para mim. Continuei olhando meio que sem acreditar e ela me ignorou e começou a bicar o chão. Algum vizinho era o dono do bicho, o que significava que ela não podia ficar ali. O que queria dizer que eu tinha que encontrar uma solução. Pensei nas cenas possíveis para resolver o caso. Todas tendiam a eu procurando nas casas vizinhas pelo dono do animal e nós dois cercando uma galinha dando olés e eu imaginando que o cacarejar era ela gargalhando da minha cara. Não. Sempre há um modo mais fácil. Abri o portão, deixei aberto e esperei a danada sair. Fechei o portão e pronto, bateu um peso na consciência.

A galinha tinha dono e poderia fazer falta na refeição de uma família. Logo calculei que fiz algo bom e salvei sua vida, e ri pensando em quem vai encontrá-la e se sentir esperto correndo atrás dela no meio da rua. E percebi como me distraio com uma facilidade incrível e perco meu tempo analisando baboseiras.

A dispersão de pensamentos vem com a falta de objetivos. Eu vivia em função de determinada situação que não existe mais. Desde então eu fiquei sem função. Precisava de um novo foco. O episódio da galinha me fez perceber como vivo em uma realidade extremamente simples e como é isso que eu quero para o resto da minha vida. Simplicidade é a minha meta. Essa galinha me fez um bem maior do que ela jamais irá imaginar.


O recomeço.


Bruno

8 comentários:

  1. Dois pontos: 1) readaptação é sempre difícil, ainda mais depois que se passa tanto tempo se dedicando à determinado objetivo que, infelizmente, nem sempre podemos controlar;
    2) onde acho uma galinha dessa??

    Sempre bom,BC! :)

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    1. Obrigado, brother! E não se preocupe, sua galinha vai aparecer =)

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  2. Como você é bom com as palavras! Seus textos são muito bem escritos e claros. Você tem talento! Parabéns :)

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    1. Muito obrigado, Marcela! Bem vinda e volte sempre que puder!
      Abraço!

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  3. Ola,
    eu aqui também já tive esse problema, apesar de morar em um centro urbano. As galinhas do vizinho viviam se suicidando pulando do muro direto para o meu quintal repleto de cachorros. Certa vez uma dessas galinhas caiu exatamente onde não tinha cachorro algum. Não tive dúvidas, abri o portão e fui induzindo ela até fugir como uma louca, rsrsrsrsr...

    Abraços Flávio
    --> Blog Telinha Critica <--

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  4. Eu também destino boa parte do meu tempoa analisando as coisas e por muito tempo até mesmo coibi isso. Quando resolvi que isso era parte de mim foi quando me senti completo. As mentes mais ávidas, aquelas que espreitam a subjetividade da vida que procura lições nos prédios e sentido no movimento das nuvens, são aquelas mais sublimes. Eis que a essas mentes o mundo não é feito apenas de concreto, mas de concreto e vida. Bom texto. Espero sorte na simplicidade de sua vida. Mesmo que, a simplicidade não exista. Grande abraço! salpage.blogspot.com

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    1. "de concreto e vida". Concordo plenamente com seu comentário. Tb aceitei que não dá para mudar a nossa natureza, mas a busca pela simplicidade continua.
      Abraço!

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